Nesta sexta-feira, 28 de junho, celebramos o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Em tempos de avanço do conservadorismo, da perda de direitos, propagação de ódio e da violência contra pessoas LGBTs, é preciso entender um pouco mais sobre a história desse dia, da importância dessa luta e o quanto é significativo celebrarmos e reafirmarmos o orgulho.
Falar de Orgulho LGBT, neste ano, tem um significado ainda mais especial pelos 50 anos da Revolta de Stonewall. E é por essa revolta que celebramos, todo ano, esse dia, reconhecendo os avanços conquistados até então, na busca pela igualdade de direitos e pelo orgulho de existir e ser.
A revolta aconteceu nos Estados Unidos, país em que era crime ser LGBT até 1962. Mesmo após a mudança na lei, alguns estabelecimentos ainda se negavam a atender a comunidade LGBT. O bar Stonewall Inn era um deles, frequentado por gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, drag queens, entre outras identidades de gênero e sexualidade. Frequentemente o bar recebia “batidas policiais” que humilhavam, batiam e prendiam funcionárias/os e clientes, além de fechar o local.
Foi em 28 de junho de 1969 que a comunidade LGBT disse não para esse abuso e se rebelou. Em mais uma ação policial, em que todas/os as/os clientes eram revistadas/os e obrigadas/os a se identificar, houve recusa, em especial por parte das travestis, transexuais e drag queens.
A força veio em gritos de reconhecimento do orgulho gay, e logo uma multidão se juntou e resistiu aos abusos constantes. Nos dias seguintes, as manifestações continuaram, e grupos, cada vez maiores, reuniam-se durante as noites para resistir e se posicionar contra violência. Desse movimento, começaram a surgir marchas por todo o mundo, até a criação das Paradas LGBT, eventos de concentração do orgulho, da força, do poder e do reconhecimento da luta, de anos e anos, dessa comunidade.
Recentemente, tivemos mais uma conquista, depois de anos. O STF criminalizou a LGBTfobia. Qualquer violência contra a comunidade LGBT, agora, passa a ser punida pela Lei de Racismo (7716/89), que até então previa crimes de discriminação ou preconceito por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Agora, assim como o racismo, a LGBTfobia é um crime inafiançável e imprescritível, punido com um a cinco anos de prisão e, em alguns casos, com multa.
Falta agora avançarmos na aprovação dos projetos de leis que estão em trâmite, na Câmara Federal e no Senado, e que oficializam a LGBTfobia enquanto crime, incluindo a homofobia, a lesbofobia, a transfobia e as demais violências contra a comunidade LGBT na legislação penal brasileira. Além disso, precisamos avançar na luta por mais políticas sociais destinadas e direcionadas à essa população.
Por todas as formas de amar e de ser!
A luta continua!
Foto: Miguel Schincariol / AFP / JC
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