Nossa escolha é a resistência: “Sou AS e reconheço os direitos do público LGBT no meu exercício profissional” | CRESS-17

Nossa escolha é a resistência: “Sou AS e reconheço os direitos do público LGBT no meu exercício profissional”

04/05/2018 as 6:03

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Assistente Social Mirelly P. Manzini, capixaba, residente em Colatina/ES.
Iniciando as comemorações do mês do/a assistente social, o CRESS – ES lança quatro entrevistas com profissionais de diferentes experiências.
Para inaugurar essa nova proposta, convidamos como primeira entrevistada, a assistente social, Mirelly P. Manzini, capixaba, residente em Colatina/ES. Ela compartilhou um pouco de sua trajetória, no atendimento às mulheres, especialmente, a experiência de atendimento a uma mulher trans.
Com doze anos de formação profissional e intervindo junto à política de saúde, Mirelly aponta como principal desafio, atuar na promoção do direito fundamental da saúde frente à conjuntura de desmonte de todas as políticas sociais, que provoca perda da qualidade dos serviços prestados e redução na abrangência dos usuários.

Vejamos:

CRESS-17: Quais as principais demandas e suas atribuições na Casa da Mulher?
Atuação com equipe multi e interdisciplinar. Acolhimento e entrevista, onde apreende-se o contexto social da mulher com os determinantes sociais e as questões sociais que afetam sua saúde e impossibilitam o tratamento. A partir disto, busca-se intervir, articulando meios, redes, políticas e garantias, para que o tratamento seja viabilizado sob a perspectiva do direito da mulher.

CRESS-17: Compartilhe sua experiência quanto ao atendimento à mulher trans a partir das dimensões da profissão: ético-política, teórico-metodológica e técnico-operativa?
Meu atendimento à usuária na Casa da Mulher se deu pela certeza de que ela tinha o direito de ser atendida em um serviço de referência para a saúde da mulher, uma vez que sua identidade de gênero era de mulher. Com isto, a        dimensão ético política é visível. Em nosso Código de Ética está expresso que é um princípio fundamental o exercício de nossa profissão sem ser discriminado e nem discriminar por várias questões, incluindo a de identidade de gênero. Então, além do cumprimento do meu dever, foi uma grande satisfação atendê-la.​​ No que refere ao teórico-metodológico, seria aplicar meus conhecimentos referentes à questão de gênero, busquei também me informar   sobre as representações sociais de sexo e gênero entre pessoas transexuais para poder fazer o melhor trabalho com ela. Nesta época que realizei o atendimento, não havia ainda nenhuma normativa ou orientação do conselho    referente ao nosso trabalho com a diversidade trans, especificamente, como agora temos a Resolução CFESS n. º 845, que dispõe sobre a  atuação profissional do/a assistente social em relação ao processo transsexualizador. Confesso que em determinados momentos eu sentia uma solidão muito grande, pois procurava informações dos demais colegas sobre o trabalho e não conseguia. Quanto ao técnico-operativo, foi focado no acolhimento, entrevistas. Muito prazeroso realizar o trabalho!

CRESS-17: Você atua na supervisão direta de estágio? Como está sendo a experiência?
Sim. Eu gosto muito. Ser supervisora de estágio me mantém ligada aos estudos, aos/às discentes (estudantes). Gosto de saber da minha estagiária o que ela está estudando e tento sempre assimilar a alguma situação que estamos atendendo o que nos aproxima da relação teoria e prática.

CRESS-17: Qual mensagem gostaria de registrar para a categoria no dia do/a assistente social?
Que não desistamos nunca! A luta mantém o brilho nos olhos e a esperança de dias melhores no coração!

Seguem os links de materiais:
* Termo de Orientação do CRESS/ES sobre: respeito à identidade de gênero e a utilização do nome social nos
diferentes espaços sócio-ocupacionais
http://www.cress-es.org.br/site/images/arquivos/termo.pdf

* RESOLUÇÃO CFESS Nº 845, de 26 de fevereiro de 2018, que dispõe sobre atuação profissional do/a assistente
social em relação ao processo transexualizador.
http://www.cfess.org.br/arquivos/ResolucaoCfess845-2018.pdf

* Campanha da ABEPSS “Sou assistente social e supervisiono estágio”
http://www.abepss.org.br/arquivos/anexos/supervisao_estagio_2017_panfleto_a4_3_alt-201801291758231134350.pdf

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