Esse foi o tema do III Seminário Estadual de Serviço Social e Direitos Humanos. Durante um dia e meio, o auditório Manoel Vereza de Oliveira e algumas salas de aula do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) receberam aproximadamente 300 inscritos/as, entre profissionais e estudantes de Serviço Social, que debateram sobre ética, direitos humanos, questões étnico-raciais, a importância dos movimentos sociais e a atual conjuntura nacional.
No primeiro dia, 18 de julho, o seminário contou com uma Mesa de Abertura, composta por representantes do CRESS-ES e da ENESSO, além de ser feita a leitura de uma carta enviada pela ABEPSS, reconhecendo a importância de espaços como esses para o conjunto da categoria. As primeiras palavras, no seminário, reforçaram a importância de se debater os direitos humanos, no atual momento de avanço do conservadorismo, no país, enaltecendo a coragem para tratar o assunto.
Em seguida, antes da mesa principal da noite, ocorreu a apresentação cultural do Projeto Petraô, com participação da bailarina Vivian Cunha e dos músicos Jéssica Vago e Jairo Hortêncio. Um momento de reflexão e emoção, para quem estava presente no auditório.
A coordenadora da Comissão de Ética e Direitos Humanos, Sabrina Moraes, reforçou a importância da participação de profissionais de base, membras da Comissão, na construção do Seminário. A escolha do tema, articulado com a campanha do Triênio: “Assistentes Sociais no combate ao racismo”, coloca para nós, assistentes sociais, o desafio e a necessidade de refletirmos sobre o modo de ser da sociedade capitalista, que não tem como prioridade o atendimento das necessidades humanas.
“Hoje, no contexto de perdas de direitos, e de avanço do pensamento conservador, sempre tão presente em nosso país, é ainda mais importante nos organizarmos enquanto sujeitos, em espaços e coletivos”, salientou a conselheira Sabrina Moraes.
A mesa principal, com o tema “Um presente ultrapassado: avanço do conservadorismo e os impactos nos direitos humanos”, trouxe a palestra de Marcia Campos Eurico, assistente social, professora da FAPSS e pesquisadora das relações étnico-raciais. Durante uma hora e meia, Marcia Eurico apresentou questões que apontam a presença do pensamento conservador e racista, tanto na formação política brasileira quanto na construção de uma identidade nacional, presentes desde o começo da formação do país – de colônia à república “democrática”.
“A ideia da construção social brasileira sempre foi de branqueamento do país. Das decisões políticas às posturas sociais, o projeto foi e continua sendo o de extermínio da população negra. O conservadorismo não é de hoje, ele sempre existiu, e sempre teve um alvo principal”, salientou a professora durante a palestra.
O tema voltou a ser assunto no dia seguinte, 19 de julho, logo pela manhã. Novamente com a presença de Marcia Eurico, desta vez acompanhada pela também professora e pesquisadora Camila Valadão, a segunda mesa trouxe como tema o Racismo Institucional e Serviço Social. Assunto que chamou a atenção do público presente.
“O tema é sempre relevante, porque, antes de tudo, precisamos entender que racismo não é preconceito, nem pode ser tratado como tal. O racismo, em si, não é apenas uma forma de menosprezar, ridicularizar ou atacar alguém. Ele está impregnado na sociedade, de forma estruturante, sendo parte do sistema político, econômico e racial”, explicou Camila Valadão.
O segundo dia do seminário seguiu, no período da tarde, com a realização de nove oficinas temáticas, dentre elas: “A intervenção do Serviço Social junto à questão da violência contra mulher”, “O direito a vida e o debate sobre o extermínio da juventude negra”, “Comunicação como direito humano e questão étnico racial” e “Saúde e direito: o Serviço Social no processo transexualizador”. Os temas das oficinas foram antecipadamente escolhidos pela categoria, por meio de uma enquete ocorrida em maio deste ano.
Para encerrar o III Seminário Estadual de Serviço Social e Direitos Humanos, a última mesa do evento contou com a presença de Ramon Matteus, do Fórum Estadual da Juventude Negra (FEJUNES); de Nildete Turra, do Fórum de Mulheres do ES (FOMES); de Fábio Veiga, do Fórum Estadual LGBT; de Lucas Martins, do Movimento de Ocupação; e de Galdene dos Santos, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH). O espaço foi fundamental para o debate sobre a importância dos movimentos sociais contra o avanço do conservadorismo no estado do Espírito Santo, que tem ocupado os piores rankings em violações de direitos relacionados à população negra, nas suas diferentes dimensões.
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