Segundo dados do Mapa da Violência 2011, o Espírito Santo está em primeiro lugar em homicídios de mulheres no Brasil
Passeata realizada no Dia da Mulher, em 2009, no centro de Vitória. Foto: Rodrigo Binotti
25 de novembro é o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999.
O dia lembra três irmãs ativistas políticas latino-americanas (Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal) que foram assassinadas em 1961 pela ditadura de Leonidas Trujillo (1930-1961), na República Dominicana.
É um dia de luta, afinal, mesmo com todos os avanços conquistados pelas mulheres nos últimos anos, esse grave problema da violência não foi extinto.
Campeão de homicídios
No Espírito Santo, os números são alarmantes. Em 2008 foram 10,9 mortes para cada 100 mil mulheres, segundo dados do Mapa da Violência 2011.
Com esse número, o Estado manteve o primeiro lugar no ranking nacional. Em 1998, a liderança nesse tipo de violência também era capixaba, com 11,3 mortes para cada 100 mil mulheres.
Segundo o estudo, as armas de fogo continuam sendo a principal causa dos homicídios, tanto femininos quanto masculinos, só que em proporções diferentes.
“Nos masculinos, representam quase três quartos dos incidentes, enquanto nos femininos, pouco mais da metade. Já outros meios, além das armas, os quais exigem contato direto, como objetos cortantes, penetrantes, contundentes, sufocação etc., são mais comuns quando se trata de violência contra a mulher”, denuncia o Mapa da Violência.
Ainda segundo o levantamento, outra informação registrada na Declaração de Óbito é o local do incidente que originou as lesões causadoras da morte da vítima.
“Entre os homens, só 17% dos incidentes aconteceram na residência ou habitação. Já entre as mulheres, essa proporção se eleva para perto de 40%”, revela.
Esses dados apontam que na maioria das vezes a agressão à mulher parte do próprio companheiro, marido, namorado ou do pai.
“Esses números alarmantes mostram como ainda há muito para ser feito na luta contra a violência que atinge as mulheres. São necessárias campanhas de conscientização, mas também políticas públicas contra esses homicídios”, destacou a conselheira suplente do CRESS Camila Costa Valadão.
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