Dia Internacional de Luta das Mulheres: as vozes das que defendem nossa categoria! | CRESS-17

Dia Internacional de Luta das Mulheres: as vozes das que defendem nossa categoria!

08/03/2023 as 12:50

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Em celebração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres e em consonância com a atual Campanha do Conjunto CFESS/CRESS “Nós, mulheres, assistentes sociais de Luta”, a gestão “É preciso estar atenta e forte” convidou atuais e ex-presidentas do CRESS/ES e do CFESS para falarem de suas experiências à frente desses espaços de construção coletiva e de extrema importância para a categoria.

Os depoimentos abordam a força das mulheres assistentes sociais, suas lutas e os compromissos pelo Serviço Social, assim como seus aprendizados e as experiências ao ocuparam espaços de liderança. Confira, logo abaixo, os depoimentos das ex-presidentes do CRESS/ES Aline Fardin Pandolfi e Pollyana Tereza Ramos Pazolini; além do depoimento da atual presidente, Sabrina Moraes Nascimento, e da atual presidente do CFESS, Maria Elizabeth Borges.

Seus relatos também fortalecem a importância da democracia em nossa sociedade, assim como da participação coletiva da categoria na construção desses espaços democráticos. Um motivo a mais para participar das eleições do Conjunto CFESS/CRESS, entre os dias 14, 15 e 16 de março. Lembrando que a votação será online.

Aline Fardin Pandolfi (Ex-presidenta do CRESS/ES – Gestão 2011/2014)

Em 2011 eu assumi a segunda gestão no CRESS/ES, mas dessa vez ocupava a presidência do Conselho Regional de nossa categoria profissional. Os desafios e as responsabilidades neste lugar são enormes, assim como o aprendizado e a riqueza dessa experiência. Foi a confiança das demais assistentes sociais que nos permitiu realizar o programa planejado para nossa gestão.

Todas as companheiras da gestão “Resistir para transformar”, bem como as profissionais que fizeram campanha e que votaram em nós, além de todas as trabalhadoras do CRESS/ES, foram fundamentais para a realização de todas as atividades.

A participação nas entidades da categoria nos permite reconhecer como o Serviço Social brasileiro se organiza e direciona sua atuação na sociedade. É através do debate coletivo e de um amplo processo democrático que a profissão formula respostas para os desafios do trabalho e da formação profissional.

O Serviço Social brasileiro tem muito a contribuir com as transformações societárias tão urgentes na quadra histórica atual – de aumento das desigualdades e de concentração de riquezas nas mãos de poucos. O Serviço Social brasileiro está comprometido ética e politicamente com a construção de uma sociedade livre de toda forma de exploração e opressão.

Pollyana Tereza Ramos Pazolini (Ex-presidenta do CRESS/ES – Gestões 2014/2017 e 2017/2020)

Ocupar o espaço de liderança dentro de uma profissão majoritariamente composta por mulheres é expressão dessa realidade. Contudo, considerando a histórica desigualdade de gênero, é uma conquista relevante e traz impacto não apenas para a profissão, mas para o conjunto da sociedade que acessa os serviços prestados por nós, assistentes sociais, que engajadas com as necessidades das mulheres e com a luta feminista fazemos a diferença na execução das políticas sociais marcadas por um Estado capitalista de cunho racista e patriarcal.

Ocupar esse espaço foi desafiador, mas uma experiência que contribuiu imensamente para radicalização da minha atuação profissional no combate a todos os tipos de opressão e dominação, numa direção democrática. Nossa gestão foi composta por uma maioria de mulheres e pude vivenciar uma gestão colegiada, democrática e horizontal.

Foi um período marcado pela intensificação da precarização das condições de vida em nosso país, fato que atingiu toda classe trabalhadora, incluindo nós assistentes sociais. Um dos desafios de ocupar esse cargo foi marcado por essa condição também, uma intensa sobrecarga de trabalho em todas as dimensões da vida. Assim, só foi possível seguir resistindo e conduzindo a gestão porque tive a sorte de ter ao lado mulheres incríveis que compartilharam cada tarefa, cada angustia e cada conquista. Afinal, somos mulheres assistentes sociais de luta!

Sabrina Moraes Nascimento (Atual presidenta do CRESS/ES – Gestão 2020/2023)

Levei um tempo para processar a questão e fiquei questionando quais são os lugares de mulheres negras nas mais variadas instituições? Qual é o olhar da sociedade para corpos como o meu em um lugar de liderança? Ser mulher, negra e trabalhadora me colocou uma série de desafios que envolveram as minhas condições objetivas de vida, as múltiplas funções familiares que exerço, os espaços coletivos em que me organizo como militante e a minha vida íntima cotidiana. Todas elas com exaustivas demandas em que a sociedade esperava mais esforço e dedicação. Afinal é o que se espera de um corpo negro. Que a tudo suporta, independente do lugar em que ocupa. Fiz questão de incluir a vida cotidiana porque por vezes fui interpelada como se o meu corpo fosse somente de trabalho. Na condição desumanizada, como uma máquina!

Na gestão do CRESS/ES, por vezes, passei por situações em que foi necessário me reafirmar como presidenta e, além de exaustiva, essa condição me deixou vulnerável, sozinha e cansada. Como se tivesse que provar a todo momento e a qualquer custo a legitimidade de ocupar essa direção.

Também tive dificuldade em responder a essa provocação porque ainda vai levar um tempo para elaborar os olhares, gestos e atitudes que passam pelas relações étnico-raciais que são cotidianamente reafirmadas no Brasil e que se manifestaram durante o período em que estive no CRESS/ES, porque ali também se expressa a realidade concreta das relações sociais brasileira, que é perpetuada e cunhada no colonialismo.

Eu reconheci todos os olhares tipo porta de serviço, desde a entrada nos espaços em que meu corpo se fez presente como presidenta, nas relações com contratantes, com a categoria e a sociedade em geral.

Maria Elizabeth Borges (Atual presidenta do CFESS – Gestão 2020/2023)

Em minha trajetória profissional e de vida, nunca tive dúvida de que represento uma geração de mulheres que lutam por seus direitos, expressam suas potencialidades e afirmam sua liberdade como ser social. Defendo que essas conquistas sejam plenas, na perspectiva da emancipação humana.

A experiência na presidência do CFESS só consolidou em mim valores que nos comprometem a encorajarmos as mulheres, especialmente as que atendemos nos serviços públicos, a acreditarem em sua força de empoderamento nas relações sociais para afirmarem e ampliarem seus direitos. Realizamos muitas ações nesta direção e com esta mensagem para as profissionais de serviço social. Importante vivenciarmos experiências de solidariedade, sororidade e sensibilidade entre mulheres. E que consigamos contribuir para um mundo justo e livre de opressões.

Salve o 8 de Março!

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