
Qual é o lado do Serviço Social? E a partir de qual lado estamos, o que podemos fazer para fortalecer a luta contra a atual política de destruição de direitos da classe trabalhadora? Essas e outras questões foram abordadas pela professora Eblin Farage (UFF), durante o XIII Encontro Capixaba de Assistentes Sociais, realizado em maio deste ano.
Farage participou da mesa “O Serviço Social tem lado, o das trabalhadoras em suas múltiplas existências e opressões. Chega de ameaça às liberdades democráticas! Chega de ataques aos direitos trabalhistas e sociais”, ao lado da também professora Maria Helena Elpídio (UFES). E o CRESS/ES aproveitou a oportunidade e conversou com as duas logo após o evento.
A primeira conversa que trazemos aqui é com a professora Eblin Farage. Boa leitura!
Qual a importância para o Serviço Social definir ter um lado e, principalmente, de saber que lado é esse?
Reconhecer o lado que a gente faz parte, escolher e se constituir num lado, implica em saber eleger quem são os nossos aliados. Esse é o grande desafio. Se eu tenho um lado, eu tenho aliados. E numa sociedade de classes, em que as classes são antagônicas, sendo incompatíveis os interesses dessas classes, saber qual é o meu lado implica em fazer alianças com aqueles e com aquelas que são do meu lado. Então, reafirmar a classe trabalhadora como nosso lado deve implicar as/os assistentes sociais a fazerem alianças com trabalhadoras e trabalhadores, a se organizar como trabalhadora e trabalhador. Não só ajudar a organizá-los, mas a se organizar enquanto tal. Acho que esse é o grande desafio.
Além disso, reconhecer um lado significa reconhecer quem são os nossos aliados e, com isso, não ter falsas ilusões. A gente até pode, de forma tática, fazer alianças com aqueles que não fazem parte do nosso lado. Mas sem nenhuma ilusão. Porque aqueles que são contra nós uma hora vão nos trair.
Saber exatamente esse lado é uma forma de evitar a invisibilidade? Ou de se tornar visível, novamente, para a sociedade?
Eu acho que no caso do Serviço Social, se a nossa estratégia for nos reconhecermos enquanto trabalhadoras e trabalhadores, fortalecendo alianças com o conjunto da classe trabalhadora, com as trabalhadoras e os trabalhadores que nós atendemos, isso vai significar ser visível para elas e eles. Ser visível não só como aquela/e que não está conseguindo mediar um benefício porque o Governo não garantiu, mas como aquela/e que pode ser sua/seu aliada/o na luta pela conquista do benefício.
Se a gente deixa de ser invisível para aquela/e com a/o qual nós temos aliança, isso pode ser um elemento que vai te fortalecer. Essas/es usuárias/os podem lutar por nós. E isso é essencial porque, certamente, a maior parte dos governos não vai lutar por nós. Eles querem, de fato, nos invisibilizar e esvaziar a máquina pública, diminuir benefícios e direitos sociais.

Escolher um lado e sair da invisibilidade imposta pelo Governo também podem ser estratégias que vão ajudar a frear ou a reduzir o avanço do capitalismo?
A gente não tem como frear o capitalismo, mas nós temos como explorar mais as contradições do próprio sistema. Só que nós só temos condições de explorar essas contradições a favor da classe trabalhadora se nós nos organizarmos coletivamente, se nós pressionarmos. Então, certamente, não nos deixar que nos invisibilizem e escolher o nosso lado nos ajudam a nos organizarmos para explorar as contradições do interior do capitalismo. Com a absoluta clareza de que é insuficiente para superar o capitalismo, mas que é um passo para a gente existir, pra gente resistir. E existindo e resistindo é possível se organizar para construir algo estruturante que supere a lógica do capital.
O capitalismo não cairá de maduro! Ele tem que ser destruído, ele tem que ser superado. E ele tem que ser superado com uma organização coletiva. Então, antes, temos que aproveitar as contradições desse sistema para nos fortalecermos enquanto classe.
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