O Estado do Espírito Santo está paralisado pelo medo desde o dia 6 de fevereiro de 2017. O fechamento dos batalhões por familiares dos policiais militares deflagrou um clima de pânico inflado pela mídia e pelas redes sociais digitais.
O Estado que há menos de um mês era apontado como exemplo em gestão do sistema prisional por ter “pacificado” suas prisões, mergulha na desordem justamente por um problema nessa área. O governador Paulo Hartung, seguindo o roteiro de sua gestão, está irredutível. Afirma ter havido um “sequestro da sociedade” pelos grevistas, e não quer negociar, como sempre fez com todos os servidores públicos e movimentos sociais. Os familiares dos policiais não recuam. Na guerra entre governo do Estado e policiais, as mortes dos de sempre (jovens, negros, habitantes dos bairros pobres) já passam de 130 em apenas 7 dias – isso em números oficialmente divulgados; estatísticas menos otimistas já falam em mais de 300.
Mas isso não é uma crise apenas da segurança pública, é consequência do modelo de austeridade orçamentária, que, este sim, sequestra os precários direitos sociais da população já empobrecida e miserabilizada. Precisamente o Estado que se gabava de estar com as contas em dia, com saneamento fiscal e exemplar austeridade na gestão, vive as implicações de ter colocado o “eficientismo” a favor do incremento das desigualdades econômicas. Os cortes orçamentários em âmbito estadual e federal, que atingem especialmente quem depende dos serviços públicos, têm sido acelerados pela força do neoliberalismo e da financeirização.
As ocupações de escolas e movimentos pela saúde em 2016 já demonstravam como essas áreas estavam sendo progressivamente sucateadas. A mídia e a opinião pública não se sensibilizaram com a precarização e as debilitadas condições de trabalho dos profissionais dessas áreas, como ocorre agora com os policiais.
Quando a crise deixa de ser um evento excepcional e passa a ser um modo de governo, o pânico e a dívida passam a ser os principais instrumentos de controle. É isso que queremos destacar: o que se passa em nosso Estado é efeito dos dois fatores que se estendem por todo país – austeridade e crise. Sabemos que este suposto “saneamento orçamentário” gera insegurança social pela supressão dos serviços coletivos e uma repressão brutal para conter os efeitos dessa instabilidade produzida.
Em meio a isso, queremos gritar: essas vidas importam. Os pais e mães que estão diariamente no DML (Departamento Médico Legal) para reconhecer os corpos de seus filhos executados em uma guerra merecem ser ouvidos. Essa matança deve cessar urgentemente.
Por isso, nós, abaixo assinados, queremos reiterar que não vamos ceder ao cenário socioeconômico imposto por este sistema e que, deste momento em diante, lutaremos contra o real motor dessa situação: o projeto fatalista de austeridade que se impõe sobre nosso país e que está produzindo as vítimas de sempre.
Querem nos fazer acreditar em uma escolha entre dois lados, ou seja, entre policiais e governo do estado. Chamam isso de guerra, mas até agora só temos empilhado os corpos da periferia. Seguiremos sem medo e contra austeridade!
Nenhum passo atrás na defesa intransigente dos direitos dos cidadãos, nenhuma vida a menos!
Ação Popular Socialista (APS)
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS
Associação de Mulheres Unidas da Serra (AMUS)
Associação dos Docentes da UFES (Adufes)
Associação Grupo Cultural Modjumbá Axé
Associação Pastoral Negros do Brasil (APN)
Brigadas Populares
CDDH Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra (CDDH) – ES
CDDH Dom Tomas Balduino – Marapé – ES
Centro de Apoio aos Direitos Humanos (CADH)
Círculo Palmarino
Coletivo de Entidades Negras/ES
Conselho Regional de Psicologia – CRP/ES
Conselho Regional de Serviço Social –ES (CRESS-ES)
Fórum Capixaba em Defesa da Liberdade e da Diversidade Religiosa
Fórum Chico Prego
Fórum da Juventude Negra do ES (FEJUNES)
Fórum de Mulheres / AMB
Fórum de Mulheres Negras do Estado do Espírito Santo
Fórum Permanente em Defesa da Democracia e Contra o Golpe/ES
Grupo de Cultura Afro Kisile
Grupo de Estudos e Pesquisa em Sexualidades (UFES)
Grupo de Pesquisa “Pedagogia histórico-crítica e educação escolar”, UFES
Instituto Ganga Zumba
Justiça Global
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) – ES
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH)/ES
Movimento Nacional População de Rua (MNPR)
Movimento Negro Unificado/ES
Observatório Capixaba de Juventude
Observatório de Direitos Humanos e Justiça Criminal do Espírito Santo (ODHES – UFES, UVV, FDV)
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) – ES
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)
Sindicato dos Bancários-ES
União de Negras e Negros Pela Igualdade (UNEGRO/ES)
Voz Ativa – UFES
Acácio Augusto, Professor do PPGSP da Universidade de Vila Velha/ES e PPGPSI/UFES; ODHES
Aline Fae Stocco, Economista, Doutoranda do PPGPS-UFES
Ana Carolina Galvão Marsiglia, Professora do Departamento de Teorias do Ensino e Práticas Educacionais, UFES, coordenadora do Grupo de Pesquisa “Pedagogia histórico-crítica e educação escolar”
Ana Lucia C. Heckert, Professora do Departamento de Psicologia, UFES
André Moreira, advogado, PSOL/ES
Camila Valadão – Assistente Social
Celeste Ciccarone, Professora do Departamento de Ciências Sociais, UFES
Clara Luiza Miranda, Professora do Centro de Artes, UFES
Claudia Rangel, Mestra em Educação e servidora da UFES; ODHES
Claudio Horst, Professor do Departamento de Serviço Social, UFES
Clécio Lemos, advogado, professor e pesquisador; ODHES
Davis Alvim, Professor do IFES
Duérgenes Corrêa Assunção, Psicólogo, Mestrando do PPGPSI/UFES; ODHES
Edson Pereira Cardoso, Professor do Departamento de Engenharia Elétrica, UFES
Fábio Hebert, Professor do Departamento de Psicologia, UFES
Fabíola Xavier Leal, Professora do Departamento de Serviço Social/UFES; ODHES
Galdene Santos, Diretora de Formação CDDH-Serra e Conselheira do MNDH-ES
Gilsa Barcellos, Professora do Departamento de Serviço Social, UFES
Gisele Ribeiro, Professora do Departamento de Artes Visuais, UFES.
Humberto Ribeiro Junior, Professor do PPG em Segurança Pública/UVV; ODHES
Janaína César, Professora do Departamento de Psicologia, UFES
Junia Claudia Santana de Mattos Zaidan, Professora do Departamento de Letras, UFES
Lívia de Cássia Godoi Moraes, Professora do Departamento de Ciências Sociais, UFES
Lutero Pröscholdt Almeida, Professor do Departamento de Arqyuitetura e Urbanismo, UFES
Mari Amélia Dalvi, Professora do Departamento de Linguagens, Cultura e Educação, UFES
Maria Helena Elpídio Abreu, Professora do Departamento de Serviço Social, UFES
Morgana Lickteneld Boostel, Presidente do CEDH (Conselho Estadual dos Direitos Humanos) e do Observatório Capixaba de Juventude
Naara de Lima Campos, Assistente Social, Doutoranda do PPGPS-UFES
Naiara Ferreira Vieira Catello, Mestranda em Psicologia Institucional/UFES
Odileia Dessaune, Professora aposentada, Centro de Educação, UFES
Pablo Ornelas Rosa, Professor do PPG em Segurança Pública. Pesquisador/UVV; ODHES
Paulo Resende, Professor e pesquisador/UVV; ODHES
Renata Costa-Moura, Professora e pesquisadora DPSI/PPGPSI/UFES; coordenadora do Observatório de Direitos Humanos e Justiça Criminal do Espírito Santo (ODHES)
Rodrigo Franklin, professor do Departamento de Economia, UFES
Silvia Salazar, Professora do Departamento de Serviço Social, UFES
Vanda Valadão, professora do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, coordenadora do PPGPS/UFES.
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