“Não vai ter arrego! Não vai ter arrego!” | CRESS-17

“Não vai ter arrego! Não vai ter arrego!”

15/05/2016 as 10:46

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Essas foram as palavras de ordem ‘puxadas’ por Bia Abramides durante a mesa “Desafios da organização política da profissão” para dar um recado: não é hora de desanimar! Mais do que nunca é hora de lutar contra os retrocessos que estão colocados.

A programação da tarde do último dia do VII Encontro Capixaba de Assistentes começou com a mesa “As dimensões da profissão: Ético-política, Técnico–operativa, Teórico-metodológica”, composta pela doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Cláudia Mônica dos Santos, e a doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Priscila Fernanda Gonçalves Cardoso. O conselheiro do CRESS-17 Vitor Carlos Gomes de Souza fez a mediação.

Cláudia explicou que o exercício profissional da/o assistente social se articula por meio das dimensões ético-política, técnico–operativa e teórico-metodológica do Serviço Social.

“O Serviço Social se configura pela articulação dessas dimensões e se realiza sob condições subjetivas e objetivas, historicamente determinadas, as quais estabelecem as necessidades da profissão em responder as demandas da sociedade, por meio de requisições socioprofissionais e políticas, delimitadas pelas suas relações de forças sociais, que expressam os projetos profissionais”, afirmou.

Segundo ela, o profissional não promove as intervenções sozinho. “Ela/ele é limitada/o por forças superiores, como as instituições empregadoras e a política atual”.

Cláudia ainda ressaltou que o fazer profissional do assistente social tem uma postura investigativa muito forte, mas os assistentes não podem ser apenas pesquisadores.

“Um ano nada fácil”

“Pensando na trajetória desses 80 anos, nós comemoramos um ano nada fácil no Brasil”, constatou a doutora Priscila Fernanda Gonçalves Cardoso, alertando para o avanço do conservadorismo no país.

Ao mesmo tempo, ela lembrou o processo de renovação da profissão, após o rompimento com o conservadorismo nos anos 60, e a ruptura, em 1982, com o modelo de formação profissional tecnicista, com a revisão curricular.

Ela também fez uma análise histórica da profissão no cenário político e econômico no Brasil, denunciando o processo de precarização do ensino nas universidades brasileiras. “Além da precarização, houve uma ampliação no número de vagas que não teve a qualidade necessária para esse processo. E isso se traduz nas condições de trabalho nas unidades de ensino”, apontou.

“Não vai ter arrego!”

A mesa que encerrou o VII Encontro Capixaba de Assistentes Sociais teve a pretensão de discutir os “Desafios da organização política da profissão”. Não por acaso, contou com a presença de Maria Beatriz Costa Abramides, mais conhecida como Bia Abramides. A vice-presidente do CRESS-17, Pollyana Tereza Ramos Pazolini foi a mediadora.

Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Bia Abramides na sua exposição utilizou a história, o marxismo, analisou a conjuntura, falou sobre sindicalismo. Mas o ponto alto foi quando convidou as/os participantes do encontro a entoar juntas/os as palavras de ordem: “Não vai ter arrego! Não vai ter arrego!”. Foi um recado: não é hora de desanimar! Mais do que nunca é hora de lutar contra os retrocessos que estão colocados.

De acordo com Bia, o Serviço Social avança junto ao avanço do conservadorismo e à influência do capital. “Esse é um dos desafios da profissão e jogar a luta para a institucionalidade, não ter greve geral, é no mínimo uma visão politicista”, apontou.

Ela cobrou que as/os assistentes sociais precisam ter consciência de que também fazem parte da classe trabalhadora, e assim, se unir a ela, para a luta que não será fácil.

Segundo Abramides, “a terceirização é um desastre”. “90% dos acidentes de trabalho e 80% das mortes no campo do trabalho são com terceirizados”, expôs a doutora, para em seguida completar: “os terceirizados recebem 30% a menos, as mulheres 40% e se for negra chega a 50%”.

Diante desses dados, Bia convocou: “Temos a necessidade de lutar contra os ajustes fiscais e contra 55 projetos que estão em tramitação na câmara que visam o rompimento com direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora”.

Clique aqui e confira imagens do VII Encontro Capixaba de Assistentes Sociais.

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