“Resistir é o nosso cotidiano” | CRESS-17

“Resistir é o nosso cotidiano”

07/12/2018 as 5:29

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O Painel das Resistências, realizado nessa quinta-feira (6), durante o XVI ENPESS, marcou o encontro. Composto por representantes de movimentos sociais capixabas, a plateia ouviu atenta as vivências dos militantes e participou ativamente do debate sobre os desafios e estratégias para os próximos anos.

A mesa contou com as participações de Emily Tenório, Conselheira do CRESS-ES e representante do Fórum de Mulheres do Espírito Santo, Luiz Inácio (LULA) Silva Rocha, do Movimento Negro Capixaba e Rodrigo Gonçalves, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-ES) e com mediação Roberta Traspadini (UNILA/UFES).

“Resistir é o nosso cotidiano. No Espírito Santo é difícil militar, por isso a educação popular e os movimentos sociais são tão importantes”, afirmou a Professora Roberta, para abrir as discussões do Painel.

Lula, do Movimento Negro Capixaba, contou a história do movimento no estado e que, também, foi muito difícil pautar a sociedade sobre os debates de raça e a necessidade de políticas especiais, como as cotas. “Nós precisamos racializar o debate, pois sabemos que quem esta morrendo tem cor, idade e classe social. Hoje conseguimos muitas vitórias, como a 1ª Marcha contra o Extermínio da Juventude Negra, que neste ano chegou a 11ª edição, além de tantas outras atividades que permanecem até hoje”, falou Lula.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-ES) também esteve representado por Rodrigo Gonçalves, que trouxe muitas informações sobre a realidade do MST no Espírito Santo, que foi o terceiro estado do Brasil onde o movimento se consolidou em 1985, em São Mateus. “A Privatização da terra é responsável pela desigualdade social. A Fibria é o inimigo número 1 do Espírito Santo, ela ocupa 200 mil hectares de terra que seria suficiente para assentar 40 mil famílias”.

A Conselheira do CRESS-ES e representante do Fórum de Mulheres do Espírito Santo, Emilly Tenorio, encerrou o Painel das Resistências, abordando a importância da organização das mulheres e do feminismo em todos os movimentos sociais. Segundo a conselheira, as mulheres precisam contar suas experiências, pois vivenciam a própria militância de forma diferenciada, devido aos papeis sociais que lhes foram impostos e do próprio machismo presente nos diversos espaços.

Emilly também falou que é preciso superar o medo de estar à frente, “precisamos nos proteger, mas não podemos deixar o medo nos paralisar”, afirmou. Outro tema importante que a conselheira abordou foi o papel do Serviço Social junto aos movimentos.

“O Serviço Social precisa ultrapassar a dimensão de apenas fazer aliança com os movimentos sociais, nós temos que compor os movimentos sociais, enquanto classe trabalhadora, fazer parte da luta, para avançarmos juntos no enfrentamento político em direção à transformação social”.

Todos/as os/as convidados/as da mesa falaram sobre os momentos difíceis que virão com o novo governo, o retrocesso e a perda de direitos, mas a mensagem final foi que precisamos transformar a indignação em luta.

Durante a mesa, o grafitteiro Chic fez uma intervenção no banner do evento, demonstrando que a arte também possui uma linguagem da resistência.

Com o tema “Em tempos de radicalização do capital, lutas, resistências e Serviço Social”, o XVI ENPESS aconteceu durante os dias 2 a 7 de dezembro, no Espírito Santo. Confira o vídeo do encerramento aqui.

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