A maioria da população brasileira é formada por pessoas negras: 56%, segundo dados atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só que a autodeclaração é apenas um passo em direção à Consciência Negra. É preciso muito mais, principalmente no Brasil: um país estruturado no racismo!
Vamos aos números:
> 29,5% dos cargos gerenciais, no mercado de trabalho, são ocupados por negros/as, com 69% por brancos;
> 72,9% das pessoas que vivem com menos de US$ 5,50 por dia, em situação de pobreza, são negras;
> 77% das vítimas de homicídio (Atlas da Violência de 2021) no Brasil são negras;
> A cada 100 mil jovens negros, 51 são assassinados no Brasil. Índice três vezes maior em relação a jovens não-negros (14,6 em 100 mil);
> 66% das mulheres assassinadas no Brasil são negras;
> 12,5% da população negra reside em domicílios sem coleta de lixo, contra 6% da população branca;
> 17,9% da população negra reside em domicílios sem abastecimento de água, contra 11,5% da população branca;
> 42,8% da população negra não tem acesso à esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial, contra 26,5% da população branca;
> 71,9% das pessoas que perderam seus empregos em 2020, durante a pandemia da Covid-19, eram negras;
> 72,9% das pessoas que estão desocupadas, no Brasil, são negras;
> 28,4% das famílias brasileiras chefiadas por pessoas negras estavam passando fome ou sofrendo de insegurança alimentar, durante a pandemia da Covid-19, contra 12,1% de famílias brancas;
Fontes: IBGE (2019; 2023), e Atlas da Violência (2021; 2022).
Todos esses dados trazem números que comprovam o quanto o nosso país é racista! O que nos traz para a triste realidade de que ser negro/a no Brasil é resistir, todos os dias. Afinal, este país reproduz relações sociais e econômicas profundamente desiguais, que resultam de uma formação histórica racialmente fundada e que se materializa na vida cotidiana da população negra.
Há décadas o Serviço Social incorporou em suas ações a luta antirracista, não só nos princípios que orientam a agenda política do Conjunto CFESS-CRESS, como também na atuação profissional da categoria.
Diante desse contexto, o trabalho de assistentes sociais tem relação direta com as demandas da população negra, que reside nos morros, nas favelas, no sertão, no campo e na cidade; assim como o combate ao preconceito ser um compromisso previsto no Código de Ética profissional.
E dessa forma, a atuação profissional das/dos assistentes sociais deve considerar a liberdade como valor ético central, assum como a plena autonomia e a expansão dos indivíduos sociais, sem esquecer da defesa dos valores da democracia e do pluralismo de ideias, sempre no enfrentamento a qualquer tipo de preconceito e discriminação. Em resumo: a nossa luta é e continuará sendo antirracista.
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