A vacinação já para todas/todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o caminho para o controle da Pandemia em um país com grande desigualdade social como o Brasil. O discurso “anti-vacina”, que traz o negacionismo da ciência e as ações no sentido da individualização do acesso e mercantilização da vacina, se efetivadas, poderão ampliar ainda mais desigualdades de acesso à saúde, além de nos afastar da perspectiva de igualdade e justiça social que defendemos.
Por isso, a defesa da vacinação de todas/os pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como uma estratégia coletiva no âmbito da política de saúde pública e estatal, é central no enfrentamento à pandemia da Covid-19, que já ceifou mais de duzentas mil vidas no Brasil.
O potencial e a competência do SUS em campanhas nacionais de vacinação é demostrado pelo desenvolvimento exitoso das ações no âmbito do Programa Nacional de Imunização brasileiro, como vimos, ao longo dos anos, em campanhas para erradicação da poliomielite e controle de febre amarela, tétano e H1N1, para citar alguns exemplos.
Tais êxitos só foram alcançados com participação da população, orçamento público, políticas públicas baseadas em evidências científicas e coordenação nacional articulada aos estados e municípios.
No Brasil, a saúde é direito de todas/as e dever do Estado, e não podemos aceitar que o acesso à vacina seja mediado pela capacidade de pagamento por um serviço no setor privado!
Assistentes sociais, ao lado das/os demais trabalhadoras/es de saúde, têm uma contribuição fundamental no diálogo, orientação e mobilização da população para a participação e para o acesso à vacinação na rede pública de saúde.
Atividades de educação em saúde, concatenadas com a dimensão pedagógica da profissão, podem fortalecer discussões que reafirmem a importância da vacinação como estratégia coletiva de combate à propagação do vírus.
Nossas ações profissionais podem contribuir para socializar informações e conhecimentos, construir e/ou alargar espaços de participação da população nas políticas sociais, com respeito ao conhecimento popular e à autonomia dos sujeitos.
Por isso, para nós, assistentes sociais, defender vacina para todas as pessoas é um dever ético! A perspectiva de acesso universal não pode ser abandonada e precisa orientar as nossas defesas sobre a organização do processo de vacinação e sobre a elaboração de modelos de prioridade (e não exclusividade), com base em critérios científicos, epidemiológicos e sociais, que incorporem as demandas da classe trabalhadora.
A crise sanitária que vivemos tem explicitado o quanto a saúde de um indivíduo impacta na sociedade como um todo, e o necessário reforço do o caráter público, coletivo, amplo e universal da vacinação. Cada vez mais é preciso defender o SUS 100% público e estatal, dizer não à mercantilização da saúde e lutar por vacina já, para todas e todos!
Reforçamos aqui, também, nosso posicionamento contrário à importação de vacinas por clínicas privadas, por meio da nota em que o CFESS, Abepss e dezenas de outras entidades e sujeitos são signatários: “Vacinar no SUS é um direito de todas e todos e um dever do Estado” (clique para ler o documento).
Em uma sociedade como a nossa, marcada por brutais desigualdades sociais e raciais, a compra de vacinas por clínicas privadas é moralmente inaceitável.
Ressaltamos nossa defesa pelo o direito à proteção social e ao isolamento físico, como estratégia de combate à propagação do vírus, àqueles que tiveram que escolher entre morrer da doença ou de fome. A categoria profissional reafirma seu compromisso com a defesa da vida e dos direitos humanos, em uma perspectiva ético-política.
Texto e Arte: CFESS.
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